Cinderwolves: se os pivôs encaixarem…

Vitória Corrêa
3 min readNov 6, 2022

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Os Timberwolves têm dois jogadores e um sonho

Foto: Reprodução/Twitter/Minnesota Timberwolves

O anúncio da saída de Rudy Gobert do Utah Jazz não foi tão chocante quanto o anúncio da ida dele ao Minnesota Timberwolves. Isso porque, a nova equipe já tinha um pivô elite: Karl-Anthony Towns, e não parecia precisar se reforçar nesse sentido. No entanto, Tim Connelly, gerente geral dos Wolves, tinha um plano (ou um sonho).

Quando Gobert chegou aos Wolves, KAT migrou para os lados para atuar como ala-pivô, obviamente. Não tinha chance alguma do francês ser contratado por qualquer equipe e não ser o titular na posição de pivô. Isso, então, acarretou a primeira mudança em Minnesota.

KARL-ANTHONY TOWNS

Karl-Anthony Towns é um pivô conhecido por muitos como um grande poder ofensivo, em contraponto sua defesa recebe muitas críticas. Apesar disso, já vimos jogos dele com boas atuações, principalmente distribuindo tocos e roubos de bola. A questão aqui, no entanto, é que por causa disso, a sua equipe sempre precisou de um jogador mais agudo no garrafão, pronto e disposto a defender, e este pode ser Rudy Gobert.

Towns trabalha muito bem ofensivamente. Antes de ter um 2020 e 2021 “desastroso”, uma vez que sua mãe faleceu de Covid-19 e ele perdeu seus primeiros jogos na carreira desde o High School, ele teve sequências de +40 pontos e +10 rebotes, jogando em alto nível, figurando na lista para MVP. Três vezes no time do ano da NBA (2017–18, 2018–19 e 2021–22), KAT tem 23.2 pontos, 11.3 rebotes, 3.1 assistências e 1.4 tocos na carreira jogando de C (center — pivô).

GOBERT

Rudy Gobert é um pivô conhecido por sua defesa, principalmente no quesito rebotes. Na carreira (apenas pelo Utah Jazz), Gobert tem 12.4 pontos, 11.7 rebotes, 2.2 tocos e 0.7 roubos de bola com 22.1 de eficiência, e foi três vezes o melhor defensor da NBA. Assim, ele tem boas estatísticas contra os oponentes. Por exemplo, são 44.6% defendendo arremessos de dois pontos, sendo em média 15.6 arremessos e apenas 7 convertidos. Este é apenas um dos quesitos que Gobert tem a seu favor, mas já ajuda a compreender seu papel dentro de uma equipe.

COMO OS DOIS VÃO TRABALHAR JUNTOS?

Como KAT foi realocado para ala-pivô, neste início de temporada vimos os dois jogarem juntos, mas isso não potencializou seu ataque. Muito pelo contrário, os jogos em que Towns foi bem ofensivamente foram os que não contavam com Gobert em quadra. Contra o Houston Rockets, por exemplo, ele teve 25 pontos, seis assistências e outros nove rebotes, além da equipe ter conseguido a vitória. Ele havia conquistado seu season high de 27 pontos na derrota para o San Antonio Spurs.

Já Gobert teve uma melhora nos rebotes e até chegou a se aventurar no ataque, como no primeiro jogo da temporada diante do Oklahoma City Thunder. Jogando em sua posição, ele teve um plus minus de +13 com 23 pontos e 16 rebotes. Além disso, teve um toco e apenas uma falta pessoal. Vale observar que KAT tem um grande problema com as faltas, tendo liderado a NBA em 2018-19 no quesito.

Para atuarem juntos, os dois precisam levar em consideração suas posições e seus “poderes” para haja complementariedade. Se isso acontecer, o Minnesota Timberwolves é um grande candidato a playoffs. Claro que devemos levar em consideração a primeira temporada juntos e como a equipe foi montada, mas é um dos caminhos.

MINNESOTA TIMBERWOLVES

Aquém aos dois pivôs deste texto estão outros astros que podem potencializar a defesa e o ataque em Minnesota. D’Angelo Russell, Jaden McDaniels, Anthony Edwards, este último um grande pontuador, a chegada do roleplayer Kyle Anderson, o crescimento de Jordan McLaughlin e Austin Rivers, traduzem em quadra o sonho de Connelly: ida aos playoffs da NBA. Mas é aquilo: todos os olhos voltados para Rudy Gobert e Karl-Anthony Towns em uma das principais temporadas da história da franquia.

O título deste texto não poderia ser melhor que esse: uma alusão à princesa Cinderella e seus sonhos. Além disso, a nomeação lembra o filme “Cinderella: se o sapatinho encaixar…”, e descreve bem a sensação de sonho encantado que os Timberwolves vivem na temporada 2022/23 da NBA.

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Vitória Corrêa

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