Space Jam 2: Não acordem o monstro
A estrela do reboot do famoso crossover entre a vida real e os desenhos levanta uma questão em 2018: ao final da temporada o que terá feito LeBron James?
Uma lenda da NBA sendo questionada não é comum, ainda mais sendo LeBron James. Mas, desde o início da nova temporada da liga americana de basquete o astro está deixando torcedores e fãs do esporte com uma pulga atrás da orelha em relação ao seu desempenho e ao de sua nova equipe, os Los Angeles Lakers. É complicado admitir que ele está mal, até porque isso não é verdade. E é ainda mais complicado aceitar que essa oscilação é extremamente normal na carreira do “King James”.
DEBUTS NA CARREIRA
Tudo começou quando LeBron Raymone James fez sua estreia na NBA pelo Cleveland Cavaliers em 2003. Primeira escolha do Draft daquele ano, LeBron estreou anotando 25 pontos, nove assistências, seis rebotes e quatro roubos de bola, porém os Cavs perderam. No segundo jogo, seus 21 pontos e os 12 rebotes não ajudaram a equipe a vencer. E foi assim pelos primeiros 14 jogos. Não, não tiveram 14 derrotas, porém venceram apenas quatro jogos. Ao final da temporada, o Cleveland terminou com 35 vitórias e 47 derrotas, o que foi um salto inacreditável comparado com a temporada anterior (17 vitórias e 65 derrotas).
Em 2010, LeBron foi para o Miami Heat. Em seu primeiro jogo ele anotou 31 pontos, três assistências, quatro rebotes, um roubo de bola e dois tocos, mas o Heat perdeu. Diferente do que aconteceu com os Cavs, a nova equipe venceu oito dos 14 primeiros jogos, terminou a temporada com um recorde de 58 vitórias e 24 derrotas e foi aos Playoffs, e mais tarde disputou as finais da NBA, perdendo para o Dallas Mavericks por 4–1.
No seu retorno aos Cavs em 2014, LeBron teve um início melhor do que teve em 2003. Naquele momento, em 14 jogos a sua equipe venceu oito e perdeu nove. Dejavù ou não, lá estava o King nas finais da NBA daquela temporada. Com um recorde de 53 vitórias e 29 derrotas, o Cleveland foi aos Playoffs e disputou as finais contra o Golden State Warriors e perdeu por 4–2.
LeBron, então, assinou com o Los Angeles Lakers por quatro temporadas a partir de 2018. Ele estreou na nova equipe anotando 26 pontos, seis assistências e 13 rebotes. Parecido com o que aconteceu no Heat e na segunda passagem do King por Cleveland, os Lakers estão com oito vitórias em 14 jogos.
LOS ANGELES LAKERS
Os Lakers têm um diferencial sobre as outras equipes pelas quais LeBron passou. Cleveland e Miami tinham grandes jogadores, mas talvez não fosse o suficiente para ganhar um anel, e por isso a aquisição do King foi tão impactante. Magic Johnson, GM da equipe de LA, fez um apanhado de jogadores que, com a ajuda de LeBron, iriam ser uteis no novo esquema que ele estava montando: o de ser campeão. Quem imaginaria Javale McGee, Lance Stephenson e Rajon Rondo jogando juntos e com LeBron James? E quem imaginaria que isso daria certo? E, mais, como isso tem dado certo? Apesar das várias derrotas e de alguns jogos até mesmo apáticos, é nítido que esse Lakers é totalmente o oposto do que foi na temporada 2017–18, e deve trazer mais positividade ao final da temporada. Os jovens jogadores, como Kyle Kuzma e Josh Hart, por exemplo, estão absorvendo toda e qualquer lição que os veteranos podem ensinar. Além dos já contratados, Tyson Chandler também deu as caras por LA, e é mais um achado que deu certo.
Chandler foi espetacular e extremamente decisivo nos segundos finais da partida contra o Atlanta Hawks no último dia 11 de novembro. O novato Trae Young ia fazendo a cesta de dois pontos para vencer a partida quando, no estouro do cronômetro, o pivô dos Lakers o rejeitou e decretou a vitória em casa por 107 a 106. Contra o Portland Trail Blazers foi a vez de LeBron dar uma esfriada nas críticas que vinha recebendo — sabe-se lá o motivo. Na vitória por 124 a 117, o King James anotou apenas 44 pontos e ultrapassou Wilt Chamberlain como o quinto maior cestinha da história da NBA.
SPACE JAM
Já é possível comparar LeBron com Michael Jordan há muito tempo. O melhor jogador da atualidade é dono de inúmeros recordes na NBA, é três vezes campeão da liga e MVP (most valuable player), e ano após ano mostra que seu auge ainda não chegou (apesar de ter jogado tantas vezes de uma forma inexplicável). Mas, a comparação atual é com um filme. Em 1996, Jordan protagonizou o incrível Space Jam, animação com os Looney Toones, os personagens da Warner Bros. Recentemente, Space Jam 2 com LeBron foi anunciado e os fãs de basquete foram à loucura. Focado no jogador dos Lakers, o filme não será uma continuação, mas sim um reboot.
Space Jam (1996) é uma loucura divertida que mostra alienígenas que roubaram as habilidades de cinco jogadores de basquete para poder vencer a equipe comandada por Pernalonga em uma partida no espaço. Naquele momento, Jordan havia se aposentado da NBA e estava jogando beisebol. Como os aliens ficaram muito fortes, Pernalonga convidou o astro do Chicago Bulls para se juntar ao time e ele aceitou. De volta à Terra, o filme termina com o retorno de MJ à NBA.
A maior mensagem que fica ao final da produção é que a motivação no vestiário é o principal fator para liderar. Assim como Jordan, LeBron é um líder em quadra. É por isso que ele vence, quebra recordes, inspira outras pessoas e construiu sua fama de forma escalada. As críticas sempre o fortaleceram, e é por isso que o que ele tem feito em todos esses 15 anos como jogador profissional está marcado na mente do fã de basquete. Os quatro anos de contrato garantidos com os Lakers levanta uma última questão: poderá o King James ser campeão pela quarta vez e MVP pela quinta?
VIDA LONGA AO REI!!
